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Falar de sexualidade na Saúde Mental é preciso!

Dr. Claudio Gruber Mann

      Com a frase acima o pesquisador Dr. Claudio Gruber Mann faz uma análise da importância dos profissionais de saúde abordarem o tema da sexualidade entre os usuários do Serviço de Saúde Mental [USM], em uma matéria publicada no Blog do Cenat (Centro Educacional de Novas Abordagens Terapêuticas).

     Na Tese de Doutorado defendida sobre essa temática, em março de 2017 na Escola Nacional de Saúde Pública/FIOCRUZ, Dr. Gruber Mann nos explica através dos resultados encontrados no seu estudo que, os USM são indivíduos altamente vulneráveis às Infecções Sexualmente Transmissíveis [IST/AIDS], devido a falta de abordagem, por parte dos profissionais de saúde, sobre prevenção a essas doenças e sobre a própria sexualidade em si.

      Outro ponto muito importante destacado nos resultados do seu estudo, refere-se a falta de preparo dos profissionais de saúde para lidarem com esse tema junto aos USM, e até mesmo nas situações que ocorrem no dia a dia com esses indivíduos que chegam para o atendimento na Clínica do Cuidado.

 Veja abaixo alguns trechos da matéria:

      "A despeito dos avanços da Reforma Psiquiátrica no mundo e no Brasil sobre a desinstitucionalização e a oferta de um cuidado integral e humanizado às pessoas com algum transtorno ou sofrimento psíquico, a sexualidade e a saúde sexual não são incorporadas ao debate.

     

      Além disso, poucas têm sido as ações de prevenção e controle do HIV entre os usuários dos serviços de saúde mental (USM), tornando-os mais vulneráveis às IST (infecções sexualmente transmissíveis) e AIDS.

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    A abordagem da sexualidade e prevenção das IST/AIDS entre os USM está ausente no debate dos diversos temas emergentes, urgentes e relevantes no contexto da luta antimanicomial e da reforma psiquiátrica Brasileira.

   A não abordagem adequada da sexualidade tem privado estes sujeitos do acesso a informações e ações sobre direitos sexuais, riscos de abuso e exploração sexual, dentro e fora da instituição.

 

    Tal lacuna contrasta com a preocupação dos profissionais de saúde mental (PSM) sobre os riscos dos USM se infectarem em relações sexuais no contexto institucional. Algumas situações de risco, associadas à vitimização sexual e às histórias de violência e abuso sexual, são mais recorrentes entre os USM, do que na população em geral.

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    Ainda são incipientes e recentes as pesquisas acerca das percepções dos profissionais de saúde a respeito da sexualidade dos USM.

      Através da aplicação de 8 Grupos Focais (GF) com 61 PSM de três diferentes dispositivos (uma instituição psiquiátrica de grande porte, um CAPS III e equipes de Consultório na Rua) da RAPS no município do Rio de Janeiro, os resultados permitiram identificar as lacunas existentes na formação profissional e cuidado no que tange à sexualidade e prevenção das IST/AIDS junto aos USM. De acordo com os relatos, temas relativos à sexualidade e à AIDS não são (ou raramente são) abordados no atendimento ao USM [...]"

Autor: Dr. Claudio Gruber Mann é Enfermeiro em Saúde Mental, Doutor em Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ), Especialista em Saúde Mental (IPUB/UFRJ) e Especialista em Gênero & Sexualidade (IMS/UERJ). Pesquisador Colaborador da Columbia University/NY e do IPUB/UFRJ

Não deixe de ler a matéria completa!

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