GS 2/2020 | NurseOnline

O Poder da Negatividade dentro das Organizações

Uma matéria muito interessante publicada nesse mês de fevereiro na Harvard Business Review, intitulada: "Não Deixe a Negatividade Afundar sua Organização", e escrita por Bill Taylor; nos mostra como a negatividade de alguns colaboradores e até de líderes pode levar a Organização ao fracasso.

Quem nunca conviveu com colegas e líderes negativos no seu local de trabalho e o quanto isso vai minando o dia a dia da empresa, que atire a primeira pedra!! Acredito que todos que estejam no mercado de trabalho já experimentaram situação como essa.

Vejamos o que Bill nos apresenta...

Bill Taylor inicia seu artigo dizendo que leu um livro muito importante para ele porque o fez enxergar com clareza algumas situações que ele via na prática dentro das Organizações, mas sobre as quais ele não entendia bem o porquê e como aconteciam.

O livro que ele se referiu tem o título: The Power of Bad: How the Negativity Effect Rules Us and How We Can Rule It [O Poder do Mal: como o efeito da negatividade nos governa e como podemos governá-lo], dos autores: o renomado psicólogo Roy F. Baumeister e o premiado jornalista John Tierney.

As perguntas abaixo e sem respostas eram aquelas que Bill se fazia constantemente sobre negócios e liderança, as quais vão ao centro do motivo pelo qual tantas organizações acham difícil se transformar, apesar das melhores de intenções. As respostas vieram através da leitura desse livro.

Por que tantas empresas grandes, estabelecidas e bem financiadas permanecem tão cautelosas e conservadoras, mesmo diante de avanços radicais na tecnologia e de perturbações no mercado? Por que a mudança é tão difícil?

Por que tantos executivos têm tanto medo do fracasso, embora a maioria deles admita que a inovação bem-sucedida raramente vem sem contratempos, que a própria natureza de lançar novos produtos ou repensar os processos antigos exige riscos, experimentações e obstáculos inevitáveis na estrada?

Como é que apenas um colega discordante, uma única voz de negatividade em uma unidade de negócios ou equipe de projeto, otimista e entusiasta, pode lançar uma sombra tão longa no moral do grupo? Como uma maçã podre parece sempre estragar todo grupo?

O que Bill extrai dos ensinamentos de Baumeister & Tierney que ajudaram a ele entender suas questões e sobre os princípios da natureza humana que vão influenciar diretamente no sucesso ou não das Organizações, são os seguintes.

O mal é mais forte do que o bem!

Nós, humanos, estamos conectados de tal maneira, argumentam eles, que existe uma “tendência universal de que eventos e emoções negativas nos afetem mais fortemente do que eventos positivos”. Somos "devastados por uma palavra de crítica", mas "indiferentes a uma chuva de elogios". Nós "vemos o rosto hostil na multidão", mas "sentimos falta de todos os sorrisos amigáveis". Muitos de nós somos "viciados em segurança", de acordo com Tierney e Baumeister. "Prestamos tanta atenção às coisas ruins - revivendo-as, imaginando-as, evitando-as - que deixamos o medo correr nossas vidas e nos tornarmos irracionalmente cautelosos".

Bill Taylor considera que para líderes que desejam que suas Organizações vençam dentro de um mercado muito competitivo, eles devem se livrar do permanente "vício da segurança" que impera dentro das Organizações e devem se arriscar mais às mudanças do mundo corporativo. Isso é fundamental e necessário.

Ele conclui esse tópico citando John Gardner, o lendário estudioso de liderança, que chamou de "otimismo obstinado" - excitação, entusiasmo, coragem, a qualidade necessária para um grande líder. O futuro, ele insistiu, "raramente é moldado por pessoas que não acreditam no futuro". Sendo assim, "líderes eficazes mantêm seu pessoal animado com o futuro e acabam com o vício em segurança".

Regra dos Quatro

O poder do mal também explica porque é tão difícil sustentar a inovação a longo prazo, mesmo quando as coisas estão basicamente indo bem. Acontece que o impacto no moral de até um pequeno revés - um projeto que excede o orçamento, um produto que não cumpre as promessas - pode superar todos os sucessos que o cercam. Tierney e Baumeister chamam de Regra dos Quatro: "São necessárias quatro coisas boas para superar uma coisa ruim".

Bill Taylor reforça que líderes mais eficazes são aqueles que enfatizam as pequenas vitórias dos colaboradores, enfatizam os progressos que eles estão alcançando, de forma frequente, entusiasta e mais colorida possível.

A Regra dos Quatro significa que os líderes devem enfatizar (até enfatizar demais) as boas novas para abafar as más.

Maçã podre

O poder do mal explica um elemento final do trabalho árduo das grandes mudanças, este mais pessoal do que estratégico. Uma “maçã podre” pode realmente estragar todo o grupo, por isso é urgente que os líderes livrem suas equipes dos três tipos diferentes de maçãs podres que Tierney e Baumeister descrevem: o idiota, o preguiçoso e o deprimente.

Bill Taylor relata que "pesquisadores documentaram o impacto positivo do 'apoio social' - amigos, colegas, vizinhos que estimulam e animam você. Os pesquisadores também documentaram o impacto negativo do 'enfraquecimento social' - pessoas que fofocam, guardam rancores e, de outra forma, o derrubam. Não é de surpreender que “o enfraquecimento social tenha tido um impacto maior que o apoio social”.

Portanto, líderes com grandes ideias e boas intenções não terão sucesso, a menos que estejam preparados para lidar com suas maçãs podres".

Finalizando o artigo, Bill Taylor os ensina que as más notícias não precisam arrastar as equipes e Organização para o fracasso e o naufrágio.

Entretanto, ele salienta que é preciso que os líderes e gestores, adotem uma boa dose de psicologia que deverá ser aplicada nas estratégias a serem implementadas dentro da Organização.

"Nos negócios, como na vida, é difícil alcançar o bem, a menos que você supere o poder do mal".

17/Fev/2020

Bill Taylor é o co-fundador da Fast Company e o autor, mais recentemente de: Simply Brilliant: How Great Organizations Do Ordinary Things in Extraordinary Ways [Simplesmente brilhante: como as grandes organizações fazem coisas comuns de maneiras extraordinárias".

Saiba mais em williamctaylor.com.

Fevereiro / 2020

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