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       Nesse artigo publicado em maio/2019 no AJIC, os autores relatam um surto de Serratia marcescens ocorrido em três pacientes submetidos a cirurgia de tórax, em um hospital na Turquia no ano de 2014.

        Em abril de 2014, três pacientes que foram submetidos a cirurgia de tórax em dias consecutivos [dias 07, 08 e 09 de abril], tiveram choque séptico durante o pós-operatório na Unidade de Terapia Intensiva. Culturas de sangue, urina e secreção traqueal desses pacientes foram conduzidas e no dia 11 de abril foi isolado Serratia marcescens no sangue e secreção traqueal dos pacientes. Uma vez que esse patógeno era muito raro no Departamento de Cirurgia de Tórax, o cirurgião chefe chamou o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar [SCIH] para elucidar a situação.

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        No dia 11 de abril o SCIH verificou que os três pacientes tinham sido operados na mesma sala cirúrgica, porém com equipes diferentes de cirurgia de tórax. As três cirurgias foram realizadas sob anestesia geral. Um outro paciente que tinha sido operado na mesma sala cirúrgica sob raquianestesia não apresentou qualquer sinal de infecção no pós-operatório. Essa sala cirúrgica então foi fechada e culturas de ambiente foram realizadas, das seguintes áreas: tubos de oxigênio, sistemas de aspiração, equipamentos ventilatórios, desinfetantes, medicações anestésicas abertas e fechadas, soluções salinas usadas, laringoscópios e os restos de medicações usadas que já se encontravam na lixeira. Culturas dos profissionais de saúde também foram realizadas como: garganta, narinas e mãos.

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      Sessenta e quatro amostras de culturas foram realizadas - 49 do ambiente e 15 dos profissionais de saúde. Dessas, 5 amostras apresentaram Serratia marcescens, a saber: em 1 frasco aberto de propofol, em 3 seringas de tamanhos diferentes preenchidas com propofol e em uma solução salina usada, cujo o resto já estava na lixeira. Todos os isolados dos pacientes e do ambiente tinham o mesmo perfil de suscetibilidade antimicrobiana.

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     Cinco isolados de amostras de sangue e secreção traqueal dos 3 pacientes e cinco isolados do ambiente: frasco aberto de propofol, seringas de tamanhos diferentes preenchidas com propofol e solução salina usada; foram genotipados por PFGE. Nove deles eram a mesma cepa de Serratia marcescens.

      Técnicos de anestesia tinham a responsabilidade de preparar todos os medicamentos antes da cirurgia. Eles tinham 2 anos de educação em práticas de anestesia após a faculdade. Durante a investigação, o SCIH também constatou que os técnicos de anestesia às vezes utilizavam frasco de propofol de "uso único" para múltiplos pacientes. O propofol foi aspirado antes do procedimento, e as seringas foram mantidas à temperatura ambiente por longas horas. Além disso, os técnicos de anestesia usaram uma seringa comum (50 mL) para preparar medicamentos.
 

     Um programa educacional (incluindo higiene das mãos e práticas de injeção estéril) para técnicos de anestesia foi realizada em 16 de abril de 2014. O SCIH preparou um protocolo escrito para a preparação, armazenamento, e uso de anestésicos gerais. Este programa educacional foi repetido a cada 3 meses. A sala de cirurgia foi limpa e desinfetada sob observação das Enfermeiras de controle de infecção em 17 de abril, e as cirurgias recomeçaram nessa sala em 18 de abril de 2014. 

    A equipe do SCIH presumiu que neste surto o propofol foi contaminado por via extrínseca, uma vez que as ampolas fechadas continham propofol estéril. É provável que os principais problemas foram causados pela desobediência às regras de injeção asséptica, reutilização de ampolas de "uso único" para vários doentes, utilizando uma agulha / seringa, e / ou usando propofol preparado após 12 horas.

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      Na Turquia, os cirurgiões operam muitos pacientes para pontuações em um sistema de pagamento baseado em desempenho. Técnicos de anestesia podem ter encontrado pouco tempo para preparar medicamentos entre pacientes e podem ter desobedecido medidas básicas de controle de infecção por causa do volume de pacientes envolvidos e a rapidez "nos negócios" pelos cirurgiões. Além disso, não foi possível usar frasco de propofol individual como "uso único" devido a problemas econômicos do hospital.

Am J Inf Control. Maio/2019; 47(5): 582-84

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