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Antimicrobial Stewardship Program

    Nas últimas décadas a resistência microbiana tem se apresentado como um grave problema de saúde pública no mundo.

 

   Os esforços para conter o avanço dos mecanismos de resistência desenvolvidos pelos patógenos parecem ter surtido pouco efeito, principalmente no cenário hospitalar e nos setores onde se concentram os pacientes mais debilitados, como é o caso das Unidades de Terapia Intensiva.

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    É de conhecimento global que pacientes que desenvolvem infecções relacionadas à assistência à saúde, por microrganismos multi-droga resistentes, tem chance significativamente aumentada de evoluir para o óbito.

   Diversas estratégias são implementadas dentro das instituições de saúde como o objetivo de retardar a resistência microbiana e as quais são recomendadas por Órgãos internacionais como a Organização Mundial da Saúde [WHO] e o Centro de Controle de Doenças dos EUA [CDC]. São elas: higienização das mãos, higienização ambiental, adoção de protocolos assistenciais, entre outras.

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    Dentre as medidas necessárias citadas acima, soma-se a importância de se usar de forma racional os antimicrobianos de uma maneira geral, em todos os cenários - na internação hospitalar, no ambulatório/consultório, no Home Care, na comunidade e na agropecuária.

   Desde que lançou o seu primeiro Guideline Antimicrobial Stewardship Program em 2007, a Infectious Diseases Society of America [IDSA] vem empregando esforços para instrumentalizar os profissionais controladores de infecção e infectologistas, no sentido de orientarem seus colegas prescritores quanto ao uso adequado dos antimicrobianos.

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  Em última instância, Antimicrobial Stewardship Program [Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos] é definido pelo IDSA como: "atividade que inclui a seleção apropriada, dosagem, via e duração da terapia antimicrobiana", e consta prioritariamente de duas estratégias centrais de ação, porém não excludentes:

  1. Auditoria prospectiva com intervenção e feedback  e

  2. Restrição e pré-autorização por formulário.

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    Além dessas estratégias, são também recomendações para um uso adequado dos antimicrobianos: educação e treinamento dos profissionais prescritores, diretrizes e guias clínicos, formulários de pedido de antimicrobiano, terapia combinada, simplificação ou descalonamento da terapia, otimização da dose, etc.

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        O IDSA já está na segunda edição do Guideline Antimicrobial Stewardship Program, o qual foi lançado em 2016. 

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    Nessa revisão sistemática publicada agora em junho/2018 no Journal of Hospital Infection, os autores fizeram o levantamento de artigos publicados no período de janeiro de 2007 a março de 2017, sobre o tema Antimicrobial Stewardship Program [ASP] especificamente em pediatria; e para essa busca utilizaram duas bases de dados: PUBMED e a Cochrane Database of Systematic Reviews.

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      O objetivo do autores foi identificar publicações que relatam a eficácia dos ASPs em enfermarias pediátricas gerais e em Unidades de Terapia Intensiva Pediátricas (UTIPs), para reduzir o consumo de antibióticos, uso de antibióticos de amplo espectro/restritos e resistência aos antibióticos X infecções associadas à assistência à saúde (IRAS).

       Unidades Neonatais e antifúngicos foram excluídos do estudo.

 

       Dos 2509 títulos e resumos, nove artigos foram elegíveis para inclusão na análise final.

 

     Todos os estudos relataram redução no uso de antibióticos de amplo espectro/restritos ou consumo de antibióticos. Um estudo relatou uma redução nas IRAS em uma UTIP, e outro estudo avaliou resistência, mostrando nenhum efeito após a implementação do ASP. Auditoria prospectiva no uso de antibiótico foi o componente central mais comum da ASP (oito dos nove estudos). Pré autorização de uso de antibiótico foi descrita em dois estudos. Outras intervenções descritas foram: fornecimento de orientações ou informações escritas (cinco de nove estudos) e treinamento de profissionais de saúde (um estudo).

 

     Há evidências limitadas para uma redução no consumo de antibióticos e uso de agentes de amplo espectro/restritos seguindo a implementação do ASP especificamente em UTIPs. Faltam estudos que apresentem dados avaliando o impacto de ASPs em resistência aos antibióticos X IRAS nas UTIPs. Além disso, há informações limitadas sobre componentes eficazes de um ASP bem sucedido nas UTIPs.

J Hosp Inf. Jun/2018; (99)2: 177-23

Vale a pena conferir esse estudo de autores brasileiros da Universidade Federal Fluminense [UFF/RJ]!

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Acesse os Guidelines IDSA ciclando sobre o nome dos documentos

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