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"De remediis utriusque fortunae" by Francesco Petrarca 1344/1366

    Essa publicação do ICHE de Maio/2018 é o relato de um surto de escabiose que ocorreu no ano de 2015 no Departamento de Oncologia e Hematologia [OHD] do Hospital Universitário de Strasbourg [França] .

 

    Os autores classificaram as pessoas envolvidas na epidemia em duas categorias:

 

1. CASOS: pacientes ou membros das equipes de saúde do OHD com escabiose, sintomáticos, que eram epidemiologicamente associados ao caso índice ou outro caso.

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2. CONTATOS: pacientes que foram cuidados pelos mesmos profissionais do OHD que cuidaram do caso índice ou eram staff dessas equipes do OHD.

    A epidemia foi conduzida por uma equipe denominada de Time de Crise [CT], composta por membros do OHD, administradores do hospital, médicos da Saúde Ocupacional e higienistas hospitalares.

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      O caso índice se tratava de um homem de 42 anos que frequentou o OHD no sistema de hospital-dia, durante o mês de janeiro de 2015, devido à sua grave doença de base e cujo status para escabiose só foi descoberto dias após sua internação/óbito [a doença de base mascarou as crostas de escabiose na pele do paciente]. A investigação epidemiológica revelou depois que ele e sua família tinham escabiose há pelo menos um ano!

    No total, 35 indivíduos foram considerados casos secundários, sendo eles: 17 pacientes (49%) e 18 profissionais de enfermagem exclusivamente (51%) - 11 Enfermeiras e 7 Assistentes de Enfermagem.

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    O último caso de escabiose foi detectado 9 semanas após o início da epidemia.

 

    As medidas para erradicar o surto foram:

 

1. Tratamento de todos os casos com 2 doses de ivermectina oral (200µg/kg).

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2. Profilaxia de todos os contatos com 1 dose de ivermectina oral (200µg/kg), mesmo com todos os receios de eventos adversos à droga pela equipe CT e de resistência em tomar a medicação por parte dos médicos. Essa recomendação contraria as recomendações do Guideline Francês [2012], cuja orientação é de 2 doses para os contatos; porém vem de encontro a outro trabalho publicado mais recentemente sobre escabiose nosocomial [2015].

 

3. Precaução de contato para todos os casos e contatos até 48 hs após o final do tratamento medicamentoso.

      Os autores relatam as dificuldades em erradicar surtos de escabiose nosocomial. Primeiro devido aos múltiplos casos de escabiose em clusters que se formam, incluindo membros das equipes de saúde, o que demanda urgência em realizar busca ativa do caso índice. Segundo porque a sarna crostosa, como era o caso do paciente índice desse surto, pode ser confundida com outras doenças cutâneas como GvH [doença enxerto versus hospedeiro], que era a doença de base desse paciente.

Infect Control Hosp Epidemiol. Mai/2018 ;(39)5: 631-32

Vale a pena conferir!

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